segunda-feira, outubro 23, 2006

SMS Telepático


Chegaste quando nada fazia prever. Chamei-te, como sempre encantadora, pegando-te na mão.

Primeiro não sentiste, mas depois ouviste-me… lindo desenho do teu sorriso…

- Mal cheguei lembrei-me de ti e queria mandar-te uma mensagem… e foi telepática, e tão avançada que antes de ter sido emitida, já ela produzia efeitos, respondi eu em silêncio.

Interessante foi na pista de dança… eu barrado pelo meu quadrado, dançando, buscando o teu olhar, vendo-te em plena adaptação ao espaço para ti hostil, e sem pensar, fui abrindo alas apenas dançando… as clareiras nascem sempre que danço livre com o impulso soberbo da música com timbre sublime… como toda a gente sabe que a música é a única a par da poesia, dizer que a dança aparece sempre que o timbre é sublime, é de facto, um lugar comum.
Incomum, no entanto, é ter sido num meio hostil, underground, animalesco, que o mais profundo e terno abraço se deu… e o beijo que toda a gente esperava ver, por nós foi roubado, porque era demasiado íntimo, demasiado nosso, para que os outros o vissem, primeiro que nós.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Sobre a vivência


"Observo e comento para mim mesmo os rostos tristes e apáticos que cruzam os meus olhos pelas ruas da cidade.
Sempre que me vê de manhã, um amigo vizinho pergunta-me, "Já vais para a babilónia?", sorrindo... o seu espirito ainda livre, que é sua patente, obriga-me a pensar duas vezes se esta é a realidade onde quisemos viver, ou é apenas onde queremos acabar por morrer. Há demasiadas expressões de sobrevivência, algo que deveria ser alento suficiente para realmente viver, por ser um acto de superação... mas parece nada foi superado, de facto.
Existe porém, vendedores de balões e de castanhas pelas esquinas da cidade... lembrando que o presente é para ser exercido, talvez com humanidade, talvez com vontade, talvez contigo."
fragmentos do diário íntimo de um fauno desconhecido

segunda-feira, outubro 02, 2006

Carências, cigarros e café.



"Estou carente de murmúrios, de olhos vendados pela intimidade e cumplicidade.

Onde se encontram paraísos, de abraços em beijos, cada qual diferente, cada qual único.

A verdadeira arte do efémero é a execução do amor.

Café?"


fragmentos do diário íntimo de um fauno desconhecido